Morar em apartamento inevitavelmente nos obriga
a apurar o senso de coletividade. Para evitar que você preencha os requisitos
de inconveniente, listamos os problemas mais comuns e o modo correto de
resolvê-los. Depois é só correr para o abraço.
A sabedoria “Não
faça com os outros o que você não quer que façam com você” cabe perfeitamente à
rotina entre vizinhos. Barulho, sujeira, infiltrações e tantos outros embaraços
que rondam as portas alheias – e a sua também! – podem ser evitados com
atitudes simples. Quem mora em prédio precisa ficar atento às mudanças
aparentemente mais inofensivas. “É vital pensar no coletivo antes de tomar
qualquer decisão individual”, dizMarcio Rachkorsky,
advogado especialista em condomínios.

As regras específicas de cada edifício estão disponíveis na convenção e no seu
regulamento interno. Porém, segundo Rachkorsky, todos os síndicos têm o direito
e a obrigação de fiscalizar reformas. Ele também sugere uma carta amigável para
prevenir os moradores dos incômodos. “E, o mais importante de tudo, não tratar
a obra como uma brincadeira.” Qualquer modificação na planta exige a apreciação
de um responsável técnico, engenheiro ou arquiteto. O engenheiro Flavio Figueiredo,
vice-presidente do IBAPE/SP, Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo,
sugere pesquisar referências de trabalhos anteriores desses profissionais. Ele
compara a obra a uma cirurgia: “Você se operaria com um médico totalmente
desconhecido?”.
Para Ansel
Lancman, engenheiro perito de vícios e defeitos construtivos,
os problemas não surgem somente em obras. “Um vaso pesado demais, o início de
uma infiltração ou uma circulação obstruída já atrapalham a vida dos
moradores”, afirma. Segundo Rachkorsky, os conflitos em edifícios aumentaram
muito nos últimos 20 anos. Por isso, a melhor maneira de administrar o
relacionamento entre os moradores é a comunicação. “Um jornal interno ou um
site que informe as novidades e relembre as regras importantes pode ser
eficiente nessa tarefa”, diz.
O advogado lista cinco dicas importantes para quem vive em prédio: 1. Conhecer as regras específicas para poder seguilas; 2. Prestar atenção aos hábitos de educação, como dizer bom-dia a vizinhos e funcionários; 3. Participar da vida do condomínio, indo a assembleias e reuniões; 4. Evitar fazer barulho em excesso, principalmente em horários impróprios; 5. Praticar a tolerância e não procurar motivos para brigas. A seguir, veja como se livrar do título de mau exemplo.
Nem sempre as construções
seguem em todos os detalhes o que foi projetado na planta. As partes elétrica e
hidráulica podem sofrer alterações durante as obras do prédio. Por isso, o
engenheiro Ansel Lancman diz que é fundamental pedir para a empresa responsável
pelo condomínio a planta “As Built” (em livre tradução, como construída) de
cada apartamento. Somente com ela em mãos será possível saber exatamente onde
as instalações estão e evitar desastres como furar uma parede por onde passam
canos ou causar um curto-circuito. Após uma reforma, é preciso solicitar ao engenheiro
uma nova planta “As Built”, que inclua as modificações, caso o apartamento seja
vendido, repassá-la ao novo dono.
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