Muitas vezes as construtoras tomam medidas paliativas e demoram para
solucionar o problema, esperando que expire a garantia de 5 anos, explica Ansel
Lancman, engenheiro civil com curso de pós-graduação em avaliações e perícias
em engenharia. Como muitos defeitos são progressivos, a partir de um pequeno
problema o condomínio pode ganhar um prejuízo enorme. Lancman cita o caso de
um condomínio com 16 anos, que precisava recuperar a fachada. Com a perícia,
percebeu-se que infiltrações vindas do topo do prédio haviam estragado a
pintura, ou seja, "o condomínio iria medicar o sintoma e não a
doença", compara o engenheiro.
O objetivo da perícia é levantar defeitos também em locais pouco visitados
pelo síndico ou zelador, como o topo do prédio ou a casa das máquinas da
piscina. Nesses pontos, é comum que falhas de projeto causem uma má
funcionabilidade do edifício. "O projeto arquitetônico às vezes inviabiliza
uma manutenção, como uma floreira de difícil acesso, e o perito detecta esses
pontos. Além disso, ele verifica se o que foi entregue pela construtora
corresponde ao prometido", comenta Thales do Valle Dutra, engenheiro
civil, geólogo e especialista em avaliações e perícias de engenharia.
Outra frente de atuação da perícia é na análise de orçamentos para realização
de obras no condomínio. "O perito não olha só preço e prazo, mas avalia
qual orçamento é o melhor e o mais adequado", orienta Dutra. Um laudo
funciona para o síndico como um anteparo técnico que justifica suas ações.
"O perito é neutro. Ele indica os problemas, mostra as causas e o que
precisa ser feito para saná-los. Durante a obra ele pode dar pareceres sobre
os serviços. Isso alivia a carga do síndico que, com o laudo, pode se defender
de cobranças, reclamações e responsabilidades perante os condôminos.
Publicado no site do Secovi-PR, em 03/08/2012
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